Por Ricarda Caiafa
Neste domingo (11/06) é comemorado o Dia do Educador Sanitário. Trata-se do profissional que investiga, alerta e orienta a população sobre os cuidados higiênicos e sanitários adequados para evitar problemas de saúde. Além disso, muita gente não sabe, mas a educação sanitária tem como premissa sensibilizar o usuário do Sistema Único de Saúde (SUS), das mais diversas faixas etárias, sobre as práticas de promoção da saúde.
Para falar mais sobre isso, o Blog da Saúde MG conversou com a enfermeira e educadora sanitária da Escola de Saúde Pública do Estado de Minas Gerais (ESP-MG), Amanda Soares*. Confira:
1) Qual a importância do Educador Sanitário no Brasil?
Nos caminhos da constituição da Saúde Pública no Brasil, o/a educador/a sanitário é aquele/a que produz intercessões com a população, divulgando informações sobre diferentes aspectos implicados com os processos de saúde e doença. Desde a criação da figura do/a educador/a sanitário aos dias de hoje, muitas discussões são realizadas, agora não mais centralizadas em uma figura exclusiva de educador/a, mas atribuindo aos/às profissionais de saúde, em geral, a potência de produzir processos educativos na saúde, com ênfase na bela e potente intensificação dos modos de ser e viver das pessoas. Em continuidade às apostas em uma educação sanitária, hoje, podemos talvez dizer menos de um/a educador/a sanitário e mais de uma potência educativa que precisa ser capilarizada e inovada nos diferentes espaços da saúde.
2) Como o profissional de saúde pública pode tornar um Educador sanitário?
A potência educativa constitui forças e fluxos de todas as relações que um/a profissional de saúde pública opera com as pessoas com as quais produz cuidado – usuários/as dos serviços, comunidades, outros/as profissionais. O que é importante os/as profissionais de saúde pública desejarem é a busca por variações teóricas e experimentais no campo da educação em saúde. Há hoje muitas proposições teóricas no campo da educação que podem ampliar os modos como os/as profissionais se encontram e constroem cuidado com o outro-paciente-usuário-cidadão-comunidade. Portanto, o que há são modos mais intensos de um/a profissional de saúde pública experimentar o “ser-educador” ou de fazer andar uma potência educativa.
3) Qual o papel da Escola de Saúde Pública do Estado de Minas Gerais (ESP-MG) nesse cenário?
A ESP-MG assume hoje lugar protagônico no campo da formação de profissionais de saúde pública, intensificando apostas pedagógicas que convidam a modos mais sensíveis e criativos de compor as relações educativas nos diferentes espaços de saúde. Em todas as ações educacionais e de pesquisa realizadas na/pela ESP-MG, há uma preocupação sincera de multiplicar as possibilidades e os modos de “ser-educador” dos/as profissionais que atuam no Sistema Único de Saúde (SUS) de Minas Gerais.
4) Como se dá a Educação Permanente na Educação Sanitária?
A Educação Permanente em Saúde (EPS) propõe a criação de espaços de ensino e aprendizagem implicados com os processos de trabalho em saúde e permeáveis às realidades dos serviços e às necessidades de saúde das pessoas e das coletividades. Como um referencial político-pedagógico, a EPS pode fortalecer a educação em saúde nos diferentes espaços ao sugerir a potencialização dos encontros diários com o outro e da construção contínua e coletiva de saberes, por meio da conexão entre os diferentes modos de ser, pensar e agir dos/as trabalhadores em saúde.
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*Perfil: Amanda Soares é graduada (Bacharelado e Licenciatura) em Enfermagem pela UFMG, Especialização em Docência e Gestão do Ensino Superior pela PUC-MG, Mestrado em Saúde e Enfermagem pela UFMG. Atualmente, Doutoranda em Enfermagem pela UFMG – Linha de Pesquisa: Educação em Saúde e Enfermagem.